Liderança com Autoconfiança, Domínio Próprio e Virtudes

Quando nos referimos à liderança, estamos de alguma maneira pensando na habilidade de comandar. Isso no sentido de saber fazer as coisas de maneira mais coerente no meio em que se está, visando atingir determinados objetivos; e de atrair e influenciar. Faz parte da liderança ter condições de atrair as pessoas que você está liderando, de manter a atenção dessas pessoas e saber influenciá-las.

O tipo de liderança mais favorável é aquele que é natural, porque neste mundo material as pessoas atuam por nomeação. E vocês sabem que nomeação no sistema em que estamos muitas vezes acontece por política. Há cargos de influência que pessoas ganham porque já vem de família abonada e que tem poder político, tem uma tradição.

Dentro de algumas religiões, a gente vê também cargos de liderança conquistados por política. A pessoa assume a liderança para manter com perfeição àquela linha de religião. Nem é por ela ser uma pessoa autorrealizada, mas porque politicamente está preparada para manter uma linha, uma postura daquela religião especificamente, por isso há a nomeação.

Agora, a liderança nata, ela que surge em você, para desenvolver uma determinada experiência, está na sua alma, na história da sua alma. Chega um ponto da sua vida em que isso aflorou.

 

Liderança natural e virtuosa

A liderança natural é uma virtude. A liderança por nomeação, se for transformada segundo os padrões naturais de liderança, também se torna uma virtude. Alguém nomeado para líder é alguém que conseguiu desenvolver uma boa liderança, ele se torna virtuoso também. E a liderança natural, mesmo se for obtida por nomeação, quando exercida, pode ser aperfeiçoada e quem lidera vai desenvolvendo mais eficácia no que faz.

Porque tudo é assim, tudo que você faz é assim, vai conhecendo e vai transmutando e vai transformando para melhor. A mesma coisa é a capacidade de liderar, você tem que ir sentindo o que está bom e o que está ruim. Reforçar o bom e o que está ruim tem que transmutar. Nesse caso, aumenta a eficácia usar a liderança para motivar as pessoas.

E isso é bem importante em qualquer movimento ideológico e/ou religioso, bem como no ambiente de trabalho. Tem que chegar num ponto de equilíbrio, pois a liderança envolve na verdade todas as demais virtudes. Quanto maior o equilíbrio das pessoas, maior é a liderança.

A pessoa equilibrada, o que está cada vez mais raro neste mundo, ela tem uma habilidade muito grande para isso, para influenciar, para atrair as pessoas, para comandar os grupos. E onde desenvolver liderança? Isso é importante não só para quem está na frente de um movimento ideológico e/ou religioso, mas também para quem está atuando na sociedade como um todo. Nas organizações de trabalho, em casa, nos ambientes familiares. Você pode liderar sua família e influenciar, atrair as pessoas da sua família para as suas ideias.

A pessoa que tem liderança em casa é assim, os outros seguem. A mesma coisa acontece com o líder no trabalho. Às vezes ele nem é o chefe. Tem gente que é líder e nem é o chefe. É assim, em casa, no ambiente familiar, entre amigos, sempre tem o líder do grupo dos amigos, a pessoa que influencia os outros. Em todos os ambientes, portanto.

 

Liderar com Cocriatividade

Para ter capacidade de liderar, você precisa ter uma boa disposição para cocriar, isso é bem importante. Cocriar junto com os outros. Porque o líder que é ditador (tem muitos líderes ditadores neste mundo) chega um momento que cai. De alguma maneira acontece algo, as pessoas ficam querendo a cabeça dele, chega um momento que cai.

Ter uma boa disposição para cocriar, com impulso para renovação sempre, abertura para novas ideias. Então, por exemplo: você está mantendo um ambiente como um Templo religioso, onde cada momento é um momento diferente, se você não tiver abertura para o novo como é que vai ficar?

É preciso manter abertura para as mudanças, pois não tem como não mudar, tem que ter isso. Um bom líder tem a capacidade de renovar suas ideias, o impulso de renovar, de cocriar sempre o novo, de ter novas ideias em torno de algo que não está funcionando. De ver como pode mudar.

Outra coisa importante, é preciso controlar as emoções. Dentro de cada um tem um tipo de padrão emocional, por isso emoções intrínsecas estão dentro de você. É preciso mudar aquilo que é desfavorável. Por exemplo: um chefe, um líder que é irascível, sempre destrói a criatividade dos outros, tudo o que você apresenta ele destrói. Em nenhum momento ele chega para você “ah, eu gostei disso”, “isso aqui é legal, ficou bonito!” – Ele nunca fala isso.

E o que é pior, a pessoa está sempre mal emocionalmente. Eu me lembro de uma pessoa que conheci em um ambiente de trabalho que frequentei. Ele era o chefe e a liderança dele era muito ruim. Estava sempre fechado, sisudo e a minha mesa era junto da dele. Quando completou um mês, eu pedi demissão. Ele não entendeu por que, mas não me sentia estimulada.

Se você não tem controle das suas emoções, é muito difícil para os outros lidarem com você. Isso também no ambiente caseiro. Tem que controlar as emoções. Quer ter liderança, dominar, quer ajudar os outros, influenciar, atrair os outros para aquilo que você está seguindo, formar sua comunidade em casa ou no ambiente de trabalho, tem que ter isso.

Estudar para aprender a liderar

É preciso estudar constantemente. Por que? Porque a sua mente vai transmutar sempre quando estiver dando abertura para outras ideias. Tem que estudar, ler, fazer cursos, estar sempre refletindo, para não ficar com as ideias velhas, persistentes na mente que não fazem bem nem para você nem para ninguém.

A gente já viu isso em ambiente de livraria, daquelas em que você entra e logo sente que ela está prestes a fechar. Por causa do ambiente que está ali, a pessoa que mantém a livraria está num humor que você vê que vai fechar. A mente da pessoa está de um jeito que ela não transmuta mais. Ela já cocriou, já gerou ali um ambiente de insatisfação, que não vai mais para frente. Não é uma boa livraria e acaba não dando mais certo aquela experiência.

Viver-se com constância é um processo de retroalimentação. Tudo o que você faz que dá um bom resultado, ótimo! Começou a não dar bom resultado, reveja, é preciso mudar. Isso serve para o ambiente de trabalho também.

Ali você vai ser bem-sucedido se atingir seus objetivos. Para atingir os objetivos no ambiente de trabalho tem que cocriar, tem que estar aberto para isso. Cocriar com os outros, pois se ficar fechado no seu mundo individual você não vai contribuir para o ambiente em si, para atingir os objetivos do trabalho como um todo.

Lider e chefe são coisas diferentes. Alguns chefes são líderes, outros não são. Alguns líderes não são chefes. O que precisa o líder realmente? Ele tem que estar mantendo a equipe num uníssono. É um meio comum, você está num ambiente de trabalho. Então, tem que ser um ambiente adequado, favorável para todo mundo, não um lugar que as pessoas não gostam de estar. Tem ambiente de trabalho que a pessoa vai forçada, gosta de receber o salário todo mês, ela não vai sair de lá para ficar desempregada, fica ali forçada.

Em quantos lugares que você chega e encontra pessoas de mau humor? Tem lugares que você chega, dentro de uma loja (por exemplo), e estão todos com mau humor. Precisa de um uníssono para que as pessoas se sintam num ambiente satisfatório, tornando-o mais agradável.

 

Ordem interna e harmonia

Na questão do meio ideológico religioso, você tem um objetivo dentro do meio que é a essência da religião que se segue, de um conjunto de ensinamentos, um tipo de prática. Então, a pessoa que está liderando tem que reconhecer essa essência, precisa saber o que tem que ser feito a cada momento. E aí é uma coisa bem diferente de uma loja que tem que tratar o cliente com determinados cuidados.

É preciso manter a precisão dentro daquilo para o que o meio que você está atuando serve. E ao mesmo tempo, na medida de cada momento de acordo como as coisas estão andando, estar sempre acessível para todos, dando-se abertura para cada momento. E instigar os participantes para, através de cocriação, aumentar o número de participantes.

Quando aumenta o número de participantes, eu sei que aumenta o desafio também. Quando você tem um grupo que já tem uma afinidade, as pessoas estão mais tempo frequentando, fica mais fácil. À medida que vão entrando mais pessoas num meio ideológico e/ou religioso, o desafio para a liderança é maior, de manter a coesão, de não perder a ordem interna. Sendo que você precisa manter a precisão de cumprir com os objetivos, que é a essência da religião ou do movimento ideológico que você está liderando. Então trata-se esse de algo muito diferente de um ambiente de trabalho, embora algumas qualidades de um bom líder têm que estar presentes sempre, em todos os meios.

Uma das mais importantes dentre tais qualidades é a habilidade de ser autocrítico. Quando você é autocrítico é crítico de si mesmo. Você tem que mostrar isso e não estar em algum tipo de relação apenas para criticar os outros. Estar por exemplo sempre querendo corrigir os outros dentro do ambiente familiar sem se mostrar autocrítico do próprio perfil. O exemplo de conduta é sempre muito importante. Isso significa conversar com as pessoas e mostrar que você também está tentando mudar, que você está buscando meios de se autotransformar. Enfim, se você é um praticante daquilo que está ensinando, você mostra muito mais seriedade na sua arte de ensinar.

Também há a necessidade de harmonia. Se sua atividade envolve instruir outros, existe harmonia se você instruir os que sentem que precisam de suas instruções. Não é só você que tem que achar que eles precisam, eles também têm que acreditar que necessitam de suas instruções.

Além do que, para haver harmonia dentro de um grupo, o líder precisa demonstrar imparcialidade. Ou seja, é preciso desenvolver amizade com todos que se está liderando e prover suas necessidades com equidade, procurando manter diálogos abertos entre todos.

 

Conduzir através do amor e do exemplo

Essa questão de conduzir os outros vem através de exemplo, do amor. Você tem que mostrar respeito pelos outros. Se não é respeitoso, como vão confiar em você? Trata-se de exemplificar o que propõe para os outros através da sua conduta. Porque aí sim, com você se reavaliando e à conduta do grupo sempre, as pessoas percebem seu esforço, que você é uma pessoa esforçada e confiável. Se você não se reavalia, é aquela história, por que está falando se não dá exemplo?

Pra que pregar pra mim se você mesmo não pratica? No meio espiritual tem muito disso, só palestra e a pessoa na vida pessoal nem pratica o que ela está ensinando. Fica na teoria do livro. E essa é uma grande dificuldade, você chega num ambiente em que você é cobrado para praticar e às vezes a pessoa não quer ficar. As pessoas pregam, mas nem sabem o que está pregando, a profundidade daquilo que pregam.

A liderança se desenvolve, as oportunidades vão sendo construídas, às vezes vai surgindo na sua vida, e às vezes, você acaba assumindo uma condição de liderança, que muitas vezes é passageira, as circunstâncias lhe conduzem a isso. Mas, às vezes não, você assume uma liderança que vai lhe conduzir a um compromisso bem sério com a sociedade, muita gente já fez isso na vida.

E isso aqui é importante, na medida em que as oportunidades vão sendo construídas, a sua mente vai tendo necessidades daquilo que ela precisa fazer. Por isso tem que mudar constantemente, por isso a mudança.

A gente vai se aprimorando. É importante se aprimorar, ajudando os demais a também se aprimorarem dentro da sua liderança. E uma liderança virtuosa é sempre para o bem, pois aquela que leva os outros para o mal não dá para considerar virtude. A liderança de um Hitler, por exemplo, não dá para considerar virtude. Ela é usada para o mal. Vê-se, portanto, que liderança destrutiva também existe.

Isso não é virtude, e não é sobre essa liderança que estamos falando. A liderança que nos interessa conhecer melhor é como a praticada por Krishna. Ele é o maior dos líderes, um Lider pelo amor. Ele é totalmente amoroso, então as pessoas buscam por Ele por causa disso. É preciso aprender a liderar com Krishna.

 

O que é domínio?

É o poder de controlar algo, uma situação. Vejam, liderança e domínio se complementam muito. Dominar-se é ter controle sobre si mesmo inicialmente. Como você vai controlar algo ou uma situação, se você não se controla, não tem capacidade de autocontrole?

Trata-se do domínio que você desenvolve sobre a ação de suas atitudes. Afinal, se você for fazer algo sobre o que não tem domínio, não vai sair bem-feito muito provavelmente.

Às vezes você começa a desenvolver algum tipo de atividade e não fica bom. Mas, se continuar persistindo, pode chegar ao domínio daquela atividade.

Da mesma forma, há o domínio sobre as ações daquilo que você tem que fazer diariamente, sobre as atitudes do dia-a-dia. 

Ao invés de sair por aí discutindo com as pessoas, domine-se. Domine a ira. Domine o tédio. Não seja entediado, busque pela maneira de se libertar do tédio. As vezes as pessoas ficam reclamando, se lamentando – “Estou com tédio!”. Por que você está com tédio? – pergunte-se a si mesmo. Ache a solução para acabar com esse tédio. Vai procurar uma atividade gratificante que lhe preencha.

Desenvolva domínio sobre as emoções, sobre os pensamentos. Quando a gente tem emoção muito forte, às vezes uma emoção pode estragar uma amizade, uma relação, caso você não se domine e saia falando qualquer coisa para uma pessoa ou outra. A maneira de pensar sobre as pessoas, sobre as situações, precisa dominar isso. Ficar pensando qualquer coisa, ficar maldando alguém, e às vezes nem é aquilo que se pensa inicialmente.  

A falta de domínio pessoal, das suas emoções, dos pensamentos E tem outra coisa na questão do domínio que é bom lembrar, ninguém é dono de ninguém. Você deve lidar com o próximo com amor, sempre respeitando o direito à liberdade dele. Não se pode ser possessivo. Lidar sem possessividade, sem desejo de dominar por possessão.

O domínio na verdade é o controle que você desenvolve sobre si mesmo. Existe realmente o domínio que se pode desenvolver sobre alguém, para ajudar na bondade, sem querer manipular esse alguém. O domínio com sentido de posse não é virtuoso. Eu sei que ele existe, mas não é virtuoso.

Elementos de domínio

Elementos do domínio pessoal são: corpo, lugares, relações interpessoais, ideais, valores. O corpo – a vontade de se alimentar-, você tem que dominar. A vontade de beber. Trata-se do domínio sobre as escolhas diárias. Tem gente que tem dificuldade de escolher realmente do que vai se alimentar. Come coisas que fazem mal, muita gente tem esse problema.  

Dominar o seu próprio corpo através da alimentação e das escolhas diárias em geral. Escolher o que vai fazer ao longo do dia, não deixar as coisas lhe dominarem. Se você sabe que não é bom ficar na frente da televisão horas e horas e a televisão domina você, por que deixa isso acontecer? Tem gente que é assim, dominado pela televisão, que fica ali, massacrando com as propagandas pra manipular a opinião.

Quanto aos lugares aonde você vai, onde você transita. Vai transitar nos lugares que lhe fazem mal? Onde as pessoas lhe maltratam? Vai continuar frequentando um lugar onde só tem gente diferente de você?

A mesma coisa pode ser questionada em torno das relações. Muitas vezes algumas pessoas querem obrigar as outras, impor suas ideias. Essa questão de um domínio falso. A pessoa às vezes não tem domínio sobre si mesmo, e quer dominar os outros, quer dominar você, quer impor obrigações, tirar sua liberdade. Tem relações que são assim, que só atrapalham, só causam tormento. Muitos casamentos, a pessoa se acostuma com o casamento, e fica ali mesmo sendo infeliz. Eu já vi casados assim, tem um que está semimorto. Que não demonstra nenhuma atitude, o outro fica mandando. Ou é a esposa que manda, ou é o marido que manda.  E aquele que é mandado fica por conta.

Esse é um domínio não virtuoso, porque a pessoa que geralmente domina não está preparada para dominar. E aí acontece sofrimento para a outra parte. É sofrimento recíproco, porque um não entende o outro e acabam brigando toda hora.

Se você tem relações com outras pessoas que lhe impõem obrigações, que cerceiam tua liberdade, procure limpar seu mundo astral, tirando essas relações de sua vida, eliminando-as.  A mesma coisa com relação às ideias, valores que não lhe fazem bem. Domine eles, exclua os que não lhe interessam e estabeleça outros novos. Mudança completa na sua vida. Desde que você tenha domínio. E prefira sempre estar bem.  

Isso é princípio básico para a vida. Aí você começa a cuidar de tudo o que diz respeito a seu corpo, mudar onde você está, as relações  com as pessoas com as quais você convive e os valores e ideais que estão na sua cabeça. Precisa disso para evoluir sempre. É domínio.

 

Liberdade das escolhas

Com relação ao corpo – a vontade de se alimentar, de beber, as escolhas darias. Os outros propõem, mas você é livre. Quando decidi mudar minha alimentação, tornando-me vegetariana, nem escutei ninguém, eu mesma mudei sozinha, de um dia para o outro mudei tudo. Não adianta falar, não, é liberdade. Trazer saúde para a mente, para as suas emoções, direcionar-se sempre ao que é superior nas suas escolhas diárias.

Você faz o que está interessado em fazer, o corpo é seu, o domínio é seu. A mesma coisa com relação aos lugares por onde você transita. Prefira lugares que lhe façam bem. Faça o mesmo com seus impulsos, procurando realizar aquilo que está vindo como impulso para se reformular.

Isso porque às vezes a pessoa tem impulso, mas não faz acontecer, não realiza. Ela tem vontade de fazer uma reformulação na vida, mas não faz, continua como está, sempre igual.

Ter impulso e mudar é diferente. Por exemplo, ter o impulso de não querer mais viver numa casa como ela era. Então, partindo do impulso, construir um nicho novo. Pensar “não gosto mais desse ambiente”, então, mudá-lo, trazer o novo à vida. Sempre escolher o que é mais favorável em cada parte da sua vida, em termos do lugar por onde você transita. Escolha, tenha domínio sobre as escolhas. Ninguém pode ter o domínio por você, sob suas escolhas.

O mesmo se aplica às relações interpessoais. Se alguém lhe impõe obrigações de querer tirar a sua liberdade, faz aquela limpeza no mundo astral, exclua certas relações da sua vida. Se as pessoas que lhe ouvem não têm interesse pelo que você é, então essas não são pessoas com quem você afinisa.  Não precisa ficar com elas, você não é obrigado a ficar com quem não tem afinidade para com o que você pensa.

Quando você limpa o espaço astral da sua vida, você limpa esse espaço que está sendo ocupado com interações interpessoais que desenvolveu. Ao limpar esse espaço, ele vai automaticamente ser preenchido de novo por outras pessoas mais afins.

Incluo nisso a questão da própria ideologia que seguimos. Se você tem uma ideologia que as pessoas do seu convívio não seguem, talvez elas fiquem tentando falar para você trazer as coisas do mundo delas para o seu mundo, sendo que eventualmente o seu mundo é muito melhor do que aquele no qual elas estão.

Quando você está com companhias físicas que não tem nada a ver com o mundo que você está querendo viver, as sutis também vão acompanhando o físico; e você fica nesse meio, não se liberta. Mas se você se libertar do físico, liberta do sutil; e vice-versa. As duas coisas acontecem em paralelo.

 

Mudar para melhor

Não tenha medo da mudança, mude sempre para melhor – ideais, valores etc.-, estabeleça sempre novas ideias que lhe façam bem. Assim como nas lideranças, aqui o domínio exige que você esteja sempre se reavaliando. E ver os sucessos, fracassos, o que for melhor, não ficar perdendo tempo e energia com coisas que já passaram. Situações que já passaram, que não são boas para o seu corpo. E aqueles mesmos elementos sobre os quais estávamos falando – lugares que não são bons para frequentar, relações inadequadas e ideias que lhe desfavorecem. Por isso que tem que mudar, mudar tudo, não ficar perdendo tempo. Isso é domínio.

Preferir sempre estar bem, unindo todas essas coisas, seu corpo como você gosta, os lugares que você gosta de frequentar, as ideias que cultiva e que lhe fazem bem. Juntando tudo isso, com as relações que tem a ver com você. Significa preferir estar bem. Isso é dominar-se. O seu corpo, os lugares, as relações, os ideais, os valores. Tudo isso junto, buscando o melhor para si.

Porque quando você está buscando o melhor para si, tenha certeza que nem sempre esse melhor será também o melhor para os outros. O melhor de si é exatamente tudo isso aqui junto. Preferir sempre estar bem. Você estar bem com tudo, aí você está dando o melhor de si para os outros também. Ficar preso a situações que não lhe favorecem, não é o melhor de si.

Então, veja, é necessário o domínio, é necessário controlar-se. Um controle sob si mesmo nas escolhas pessoais e relações, é sobre isso que nós estamos falando. Para dominar-se a si mesmo primeiro, e aí sim pode ter um domínio maior sob as situações e escolher as pessoas com as quais você convive na bondade. Porque você sabe que não quer ter a sua liberdade cerceada, não vai cercear a liberdade dos outros também.

E ter controle sob situações e pessoas vem realmente de descobrir o que é melhor para si primeiro. Dentro disso, abrir espaço para o diálogo com os outros, de modo a poder mostrar para os outros através do diálogo o que é melhor para si. E realmente ter a profundidade de estabelecer sempre o novo necessário. Ou seja, se você tentou abrir um espaço para diálogo com uma pessoa e não funcionou, então o novo não veio naquela relação, não é o melhor para você. Por que você vai se manter na relação? Isso seria falta de domínio sobre si mesmo. Desta forma, não vai haver domínio sobre as pessoas, situações, não vai ter nunca nenhum controle.

 

Para concluir

O corpo tem que estar num lugar ideal, com as pessoas mais favoráveis e com as ideias mais adequadas. Se você tem um corpo em equilíbrio é porque fez as escolhas melhores para o seu corpo, alimentares etc. Se você está num lugar que é ideal para você, aquele lugar que você prefere estar, com as pessoas mais favoráveis e com ideias adequadas, isso é realmente ter domínio das coisas para si mesmo. Você escolhe e executa.

Por outro lado, existe perigo em pensar “eu quero ser assim, eu vivo assim. Não quero ser de outro jeito não. Não adianta vir me falar, porque não vou mudar”. Também não seja irascível, na ignorância. Procure deixar as coisas que fazem sentido fluírem, tendo certeza que saberá, na medida do seu discernimento, fazer as melhores escolhas sempre.

Para concluir, meditemos no domínio que Krishna tem sobre as gopis, mas que também as gopis tem sobre Krishna. Trata-se de um domínio recíproco e altamente auspicioso. Vivamos para esse tipo de domínio e tudo o mais se revelará satisfatório para nós.

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