Cultivando uma Sagrada Relação com a Terra

Quero falar aqui sobre três Portais, os quais podem iluminar sua vida. Eles foram originalmente descritos no livro Radha Krishna – o Sol da União entre as Chamas Gêmeas. Mas, para começar, é importante que se compreenda por Portal aquilo que se abre para você ou aonde se chegará através do processo aqui descrito.

Tendo dito isso, menciono os nomes dos três Portais: (1) o Portal da Sagrada Relação com a Terra; (2) o Portal da Ascensão aos Céus; e (3) o Portal da Morada Eterna. Então, descrevo o primeiro dos três.

 

Ayahuasca e a alma da Terra

O Portal da Sagrada Relação com a Terra significa uma maneira de relacionar-se com a Terra, de entender que a Terra é uma entidade viva também, que é uma Alma de grande abrangência. Ela é uma Alma feminina que tem vários nomes. Além de Bhumi, ela também pode ser chamada de Gaia, Pachamama, etc.

É uma Alma, uma Grande Mãe, expressando-se como uma inteligência sagrada[1]; e tudo o que ela doa aos seus filhos é sagrado da mesma forma, e tem que ser entendido como tal.

Tem algumas religiões do passado que desenvolveram muito este tipo de relação. Um pouquinho dela está na medicina da Ayahuasca, em algumas linhas de Ayahuasca, mas, não em todas. Aqui nós temos a medicina da Ayahuasca, mas, junto com a nossa Religião. Ela não está independente das demais peças do sistema[2].

No uso que fazemos dela, entendemos que não adianta tomá-la independente de um contexto. Ela está dentro de um contexto que contém tudo o que está sendo explicado aqui agora. Sendo assim, a vemos como uma Medicina Sagrada da Terra, que cura espírito, corpo, coração e os pensamentos. Uma medicina que eleva as vibrações e ajuda a pessoa a libertar-se para a Ascenção aos Céus e para a relação com a Morada Eterna de Deus.

É assim que ela se insere no nosso contexto. (…). Como parte da experiência com um corpo mais harmônico, quando você vive uma relação melhor com a natureza e com uma saúde maior. Você elimina coisas da sua vida pessoal, que a maioria não está eliminando, as quais fazem mal para o seu corpo.

Tem certos tipos de alimentos, de opções de entretenimento, de comportamento e de hábitos que causam malefícios para a saúde corporal. Além disso, com o respeito à vida e a compreensão dos fluxos de energia que existem na Terra, vamos desenvolvendo outra relação com ela.

O próprio sistema de 49 Divinas Irradiações[3] faz parte deste mesmo processo, de compreender os fluxos, de como o planeta está fluindo através do cosmos e de como nós mesmos fluimos juntos, quando nos conectamos com estas rítmicas. Por isso nós fazemos as cerimônias da lua (com Ayahuasca) e estamos ligados às condições astrológicas, aos signos zodiacais e ao que eles estão nos indicando[4].

Nós seguimos rítmicas porque estamos interessados neste conhecimento verdadeiro da experiência da vida. Temos que aprender a viver respeitando a multiplicidade e tudo o que existe na Terra, os outros organismos, animais, plantas. A respeitar as paisagens, os ambientes; e a respeitar as pessoas.

Tudo isso é respeito à vida, a essa multiplicidade que vem do Senhor Deus. E para que haja respeito realmente nos nossos corações é preciso renunciar ao materialismo. Se você continua materialista, não tem como mudar de um jeito mais condizente para com as necessidades da Terra, pois, a sociedade materialista está destruindo à dinâmica do planeta. Há desrespeito à vida o tempo todo.

 

Alimentação natural e ahimsa (não violência)

Se você fica vibrando junto com ela, dependente do materialismo, então, está fazendo a mesma coisa que todo mundo faz. Vivendo de alimentação artificializada, cheia de latinhas, de coisas guardadas nos armários por muito tempo. Gerando a poluição da atmosfera, com a indústria, os meios de locomoção, a química que vai para os rios e para o solo, enfim, tudo isto e mais, a mortandade de animais.

Mesmo o uso de laticínios como está sendo feito, não pode ser considerado ahimsa (sem violência). Não é ahimsa por que? Porque depende da morte também. Para um laticínio ser considerado ahimsa, só se tiver origem de algum projeto de proteção às vacas, no qual elas não sejam mortas e nem seus filhos e/ou submetidas a tratamento cruel. Isto é muito raro. Mesmo a comida lactovegetariana não está isenta da violência contra os animais.  

Em geral, os laticínios comprados em supermercados são associados à morte, pois, para produzir leite em grande quantidade, as vacas precisam ter filhotes continuamente. Estes filhotes vão para onde? Para o açougue. As próprias vacas, quando chegam a uma certa idade vão para o açougue também.

Desrespeito a vida não tem nada a ver com a gente. Tem que renunciar a esse materialismo. Para renunciar é preciso silenciamento, rendição. Por isso que sempre digo: “se renda”. Se nossa saúde corporal fosse depender de aparelhos, todos nós teríamos que ser materialistas. Nossa saúde é natural, nós somos naturalmente saudáveis.

Quem perde a saúde está perdendo a conexão com a Terra, com a harmonia natural que podemos viver com ela.  Por este motivo, costumo dizer que resfriado não é doença, pois, resfriado resulta de uma interação do seu corpo, que é um meio biológico, com outro organismo biológico, que é um vírus. No momento em que o vírus entra no seu corpo, ele instala-se no seu corpo e você torna-se o ecossistema dele.

Somos ecossistemas para bactérias e vírus, quando eles estão dentro do nosso organismo. Quando estamos tossindo, resfriados, estamos dando abrigo para outro ser biológico. Mas, a mente que se condiciona a crenças materialistas associadas à indústria químico-farmacêutica vai na farmácia comprar um monte de química para usar quando se resfria.

 

Silenciamento da rendição

Tendo dito tudo isto, então, como ficar em paz? Com o silenciamento da rendição; e entendendo e querendo viver tudo o que está sendo apresentado aqui. Tudo isto vem para você na conciência de Unidade do seu mundo externo com o interno, o que é tântrico. A prática do Tantra mostra-lhe que a perfeição pode estar em tudo na sua vida, e ela torna-se sagrada, sagrada na relação com a Terra. Têm-se, então, um corpo que é sagrado; e você passa a tratar ele através de um pensamento sagrado, não o contrário.

As pessoas que estão desconectadas do próprio corpo não conhecem nem seu corpo e têm que ir ao médico para ver se está tudo bem com ele. É preciso tornar seu corpo algo sagrado, vivendo a experiência da imortalidade da alma.

A alma é imortal; e ela tem condições de mostrar-lhe sua relação com tudo o que existe aqui na Terra. Sua alma tem condições de levar-lhe aos Céus através da Ascensão, porque ela é naturalmente livre. E ela tem condições de conduzir-lhe, tirar-lhe dessa condição daqui da Terra e conduzir-lhe de volta para onde ela está, originalmente com o Senhor Deus, junto aos associados de Deus.

Mesmo que você tenha um corpo físico, mesmo assim, você pode ter uma consciência livre na Relação Sagrada com a Terra. Dentro disso, nós temos o Caminho da Flor de Lótus, que nós chamamos de Kamala ou Padma Yoga, o qual se associa ao processo sétuplo dos Yogas Sutras de Patanjali.

 

Caminho da Flor de Lótus

Ele também é importante, porque nos ensina a harmonizarmo-nos, a desenvolvermos uma harmonia pessoal, de buscarmos por contemplação em uma consciência de libertação, através de uma harmonia pessoal, uma harmonia com o mundo. Então, tem a ver com o nosso Caminho (com Padma Yoga) e com os Yogas que Krishna ensina no Bhagavad – Gita.

Trata-se de um processo relacionado com o sagrado de tudo o que você vê na vida, realmente, no seu dia-a-dia. Na prática, isto significa procurar entender o que está acontecendo no seu dia-a-dia segundo o que Deus está querendo mostrar-lhe; e não viver à vida como uma coisa isolada, independente de Deus.

E dentro da relação sagrada, conforme falamos no livro Bhakti-Rasa e o Caminho da Flor de Lótus (2016), existe a renúncia e a prática do Serviço Devocional. Praticar a renúncia, renunciar ao que faz mal para você, a Terra e os outros seres vivos. Renunciar e servir a Deus, para ter uma vida mais sagrada.

Dentro disto, da Relação Sagrada com a Terra é que entra o Ayahuasquismo. E ele se integra com o processo de Kamala Yoga[5], pois, o mesmo se compõe de muitos elementos. Estes muitos elementos estão nos Yogas Sutras, nos oito membros do Yoga, os quais são: yama (respeito aos outros), niyama (respeito a si mesmo), asana (harmonia com o corpo), pranayama (fluir da energia vital), pratyahara (controle de emoções), dharana (controle dos pensamentos), dhyana (contemplação) e samadhi (liberdade eterna).

Com respeito aos outros (yama) quer-se referir ao respeito a todos os outros, todos os seres, todas as pessoas. Comer carne, por exemplo, é desrespeitoso, caminhar em cima de pequenos insetos é desrespeitoso. Ficar destruindo tudo o que se vê também é desrespeitoso, quebrando às árvores. Mas, também é desrespeitoso cuidar de plantinhas em vasos e deixar um monte de plantas mais rústicas crescerem ali, de modo que as plantinhas que estão sendo cultivadas fiquem sufocadas e sem espaço para elas no vaso.

Tem que ter coerência no que você faz sempre. Respeito aos outros é isto. Você colocou uma plantinha no vaso, então, dê espaco para ela crescer e viver. Ela não pediu para ser colocada ali. Se colocou, cuide dela, não deixe ela largada, sem água e seca.

E o respeito a si mesmo (niyama) vem com tudo o que compõe à nossa linha. Você querer o melhor para si mesmo, significa querer aquilo que o levará para Deus,  que o libertará para uma consciência melhor, mais aprimorada e tudo o que diz respeito a isto. Aqui entra também a questão da harmonia pessoal com o corpo, as asanas.

É uma importante solução ter um corpo organicamente saudável. Com a prática de asanas você muda de posição corporal, força outras posições que no dia-dia você não faria. Então, a circulação sanguínea melhora. Você mexe com as suas articulações, com as quais geralmente não mexeria, bem como com elementos mais sutis do seu organismo[6].

Além do que, trabalham-se as posturas em paralelo a uma respiração favorável para a meditação (pranayama). Em geral, asanas e pranayama estão juntos, formam um par na modelagem do meio que é o corpo. Se você não elimina certas coisas do seu corpo, não está praticando niyama, ou seja, respeito a si mesmo; e vai deixando tudo congestionado como sempre foi.

Se deixar tudo congestionado, não conseguirá conhecer sua Relação Sagrada com a Terra, a qual se expressa através da sua saúde. As posturas de yoga e a respiração controlada e consciente (pranayama) ajudam-nos a conectarmo-nos com nosso equilíbrio interior, descongestionando o corpo mais grosseiro (o material).

E indo mais adiante, aos outros quatro membros dos Yoga Sutras, tem-se pratyahara (o controle das emoções), o que também aparece entre os conteúdos da Escola da Ordem de Zadkiel, quando falamos sobre o corpo astral e suas sete dimensões. Temos ainda o controle dos pensamentos (dharana), o que equivale ao trabalho com o corpo mental da OZd. Praticando todas estas coisas, daí sim, pode-se chegar ao estado de contemplação que é dhyana.

Este estado de contemplação não consiste apenas em ficar sentado em meditação. É a contemplação que vem a partir do autocontrole respiratório, da harmonia com o corpo, do respeito com os outros, do respeito para consigo mesmo. Você se torna silencioso, as emoções e os pensamentos são controlados. Você consegue ser contemplativo, de Deus em tudo, em todas as coisas, na sua existência. Isto é dhyana, o que leva à liberdade eterna no samadhi.

 

Samadhi e religião de verdade

A liberdade eterna está em uma religião de verdade, a nossa é a Religião Bhagavata da Nova Era (ou Neo Bhagavata), a qual ensina a relação da alma com Deus e expressou-se através de uma revelação de alma liberta. Adquiri a liberdade antes de conseguir trazer o referido livro; e o que adquiri é samadhi. Quando se está em consciência de samadhi, ela está em você o tempo todo, onde se estiver, de forma que, naturalmente você pratica tudo o que está sendo apresentado aqui.

Esta consciência não é fragmentada, ela funciona no conjunto de tudo o que ela percebe como funcionamento, sendo uma maneira mais abrangente da pessoa que a detém expressar-se para o mundo.

Mais uma vez reforço, portanto, temos em mãos uma prática, uma filosofia de vida, de como viver na Terra e desenvolver uma relação sagrada com ela. Aí se inserem os Yogas que aparecem no Bhagavad-Gita, onde Shri Krishna ensina vários meios. Ele ao mesmo tempo fala: “tome o abrigo do meu Yoga”[7], ou seja, do conjunto todo que é a relação com Ele, de como a alma relaciona-se com Ele.

No nosso caso específico, o Ser Divino dEle expressando-se é isso tudo que tenho abordado, foi isso que Ele nos deu como abrigo. Onde se pode conseguir todas essas harmonias, com os outros, com vocês mesmos, com o corpo, a respiração, os pensamentos, as emoções, a contemplação de Deus e, finalmente, na consciência em samadhi.

Os yogas do Bhagavad-Gita ensinam a ver Deus em tudo e em todas as circunstâncias; e mais fortemente, como Ele mesmo gosta de frisar, através da prática do Serviço à Sua Pessoa. Ao invés de enfatizar outras coisas na sua vida, é preferível praticar bhakti, o Serviço Devocional, Bhakti-Yoga. No Bhakti-Rasa e o Caminho da Flor de Lótus (2016), enfatizo que se deve renunciar por Ele, renunciar aos padrões que pertencem a condicionamentos anteriores.

Você nasceu em uma família que era assim e, então, ficou assim também e continua mantendo tudo como sempre esteve. Desta forma, afirmo que você não tem niyama, não está tendo respeito para consigo mesmo. Você deixa as coisas ficarem como sempre foram, mesmo sabendo de tudo que já sabe. Não se esforça para praticar e continua como sempre foi, como todo mundo vive por aí, tendo conhecimento de todas estas coisas.

É preciso renunciar, dar espaço na sua vida para o Serviço Devocional, porque é este serviço que vai oferecer-lhe a oportunidade de experimentar o que foi falado aqui. Viver a Relação Sagrada com a Terra, ter a experiência da Flor de Lótus. A Flor de Lótus é o sagrado dentro de você e nutre-se do que a Terra está oferecendo-lhe, o lodo saudável da Terra.

Você recebe isto, respeitando todos os seres, autorespeitando-se e desenvolvendo saúde natural, autocontrolando-se e contemplando Deus em tudo, em todas as coisas. A Ayahuasca ajuda neste sentido, para você libertar-se dos condicionamentos, destas coisas que estão em você e que você nem percebe, nem nota. Afinal, está tão acostumado a viver assim. Se aprender a tirar proveito da relação com ela, ela ajudará você a se curar. Ela é uma medicina poderosa.

Dentro de um contexto sério como o que aqui se apresenta, a Ayahuasca torna-se mais uma guia, a qual faz parte da nossa esfera cocriativa. Na Fé Neo-Bhagavata, ela tem esta função, de aumentar a Relação Sagrada com a Terra na sua vida. Para permitir que isto aconteça, o que é preciso ser feito? Estudar tudo o que está sendo apresentado aqui e praticar. Fazer de tudo isto a sua prática de vida.

E quando tomar Ayahuasca, nas Cerimônias da Lua, todas estas coisas estarão em você. A Madrecita vai aproveitar do que já está em processamento na sua vida e irá enfatizar ainda mais seu processo e sua purificação. Mas, se você não está esforçando-se, aí é muito mais difícil. Tem tanta coisa para mudar em você, para limpar em você, que às vezes seu espírito nem vai perceber o potencial dela. E é por isto que tem gente que fala “eu mudei muito pouco em vinte ou trinta anos tomando Ayahuasca”. A pessoa está largadona e nem nota o poder que a Ayahuasca tem.

 

[1] Em Ayahuasca e os Jardins de Krishna (2017) expressei minha unidade essencial com o Sagrado Feminino (com a Terra), dizendo: “Então, Bhumi (ou Gaia) – a Terra – expressou-se para mim, mostrando-se no desenho eterno que está na pessoa em que me transformo a partir de tal expressão. Este desenho contém muitos traçados e todos eles fazem a vida no planeta transformar-se, enquanto me transformo. Transformo-me no que ela (a Terra) transforma-se, estando eu em unidade com a mesma. Porém, esta unidade não é externa à existência junto da Pessoa de Deus conforme a compreendo. Tal unidade só existe porque Ele, o Senhor, a pensa, ao pensar-me Sua Esposa”. Esta mesma unidade torna-se mais nítida a medida em que o processo do Quartênio Original expressa-me, ao expressar o sistema filosófico-religioso como o meio de refazer-me junto dEle. Isto se revela com bastante clareza através do presente livro.

 

[2] A percepção Neo-Bhagavata que temos da Ayahuasca permite-nos vivenciá-la como manifestação terrena de Amrita Devi, a Divindade do Néctar da Imortalidade. Dentro do nosso processo, conforme descrito em Ayahuasca e os Jardins de Krishna (2017), ela “é reconhecida como intensa guia da inteligência dos que com ela comungam”. Mas, sua ação depende de onde se esteja na Matriz das 49 Divinas Irradiações pessoal. Ou seja, “a interação de nossos corpos sutis e/ou dimensões com as dimensões dos espíritos das duas plantas e/ou da alma maior que as contém ambas em unidade (Amrita Devi) irá causar um diálogo muito específico, o qual nunca será igual entre diferentes pessoas. A diferença existe porque cada um é um universo único, com uma história espiritual e natureza existencial também únicas. As energias que a Ayahuasca ativa em nós depende de nossa especificidade, assim como também o aproveitamento que temos de suas lições e das visões que ela nos causa”. Desta forma, é preciso aprender a relacionar-se com ela, segundo o estado de consciência em que se esteja, mas, sempre em sintonia com o contexto filosófico-religioso que nos contém. Tal sintonia é garantida mais seriamente, pois, “entre os devotos da Fé Neo-Bhagavata há algo que acrescenta esclarecimentos e aumenta à sorte do navegante e/ou o aproveitamento das experiências com a Ayahuasca, que é a relação do devoto com seu(sua) Mestre(a) Espiritual”. Venho atuando como tal, imersa que estou na sétupla Geometria do Quartênio Original e, portanto, vendo ao mundo a partir do mais elevado degrau que posso alcançar, na unidade com a Chama Gêmea primordial.

 

[3] A Matriz das 49 Divinas Irradiações mostra que o ser humano contém em si as mesmas dimensões que compõem os mecanismos da Terra. O livro Alquimia dos Sete Raios (2012) ensina a ação cotidiana com as mesmas 49 dimensões, procurando mostrá-las em eventos da vida e nas atitudes humanas. Como complemento a isto, a obra 49 Raios Cósmico-Divinos, Sete Raios Solares (2013) fornece os princípios da ação em contato com “esferas solares, universais, cósmicas e com a Esfera Divina (a Morada Eterna)”. Ali está descrito que: “Há uma Geometria Absoluta, a partir da qual todas as demais geometrias se estabelecem. (…). Cada situação particular deve, portanto, ser vista e compreendida como algo que integra ao conjunto de pormenores do Campo da Perfeição, o qual está além da percepção limitada do eu inferior que se percebe como individualidade. Sendo assim, cada aspecto da Sagrada Geometria estará contido em um aspecto de maior amplitude, e assim por diante. Tem-se que cada conjunto de sétuplos alquímicos, composto pela ação entrelaçada e uníssona dos sete raios, está contido em um campo magnético maior, no qual os mesmos mecanismos sétuplos podem ser percebidos e manipulados”. Este campo maior é a Consciência de Deus ou o Quartênio Original, o qual rege às tessituras da Chama Gêmea essencial. Vivenciei muitos dos seus mecanismos cocriativos, os quais se expressaram na forma dos eventos que resultaram neste sistema filosófico-religioso e seus conteúdos e instrumentos, incluindo os livros.

[4] O Ayahuasca e os Jardins de Krishna (2017) explica: “Estabelecemos as cerimônias segundo rítmicas da lua e do sol, para que a consciência humana possa acompanhar-se em transformação, como a própria natureza, que é o seu meio, também se transforma. A rítmica da lua está no elemento feminino da alma, enquanto a do sol pertence ao universo masculino de nós mesmos. Então, qualificamos nossas buscas associadas a doze luas, cujas influências diferenciam-se, mostrando-se nos signos do zodíaco. Tais luas levam-nos em trânsito, junto com elas, quando as observamos e a nós mesmos na rítmica em que elas estão, ao longo de cada ciclo anual”. Isto de fato torna-se bem nítido em nossos processos de vida, quando nos observamos, observando à lua e ao sol em suas rítmicas de âmbito planetário. Em torno desta mesma questão, o livro Magia de Saint Germain (2014) apresenta lógicas alquímicas da consciência humana, as quais se combinam com os ciclos lunares e solares (diário e anual). Ali está escrito: “Importa que percebam e experimentem, nas suas interações com a natureza, as quais estão em seus próprios ritmos pessoais e de suas vidas, aos mesmos ciclos e rítmicas”. Inclusive, “é possível desenvolver rituais e cerimoniais na natureza, empregando, para tanto, de instrumentos disponibilizados por ela mesma às suas criatividades”. Estamos fazendo isto, ou seja, empregamos do poder de uma importante Medicina da Terra, a Ayahuasca, para, em sintonia com os ritmos da lua e do sol, trabalharmos as polaridades que ainda estão separadas de suas contrapartes complementares. Ademais, para quem já se refez em sua unidade essencial, e encontra-se na plataforma de alma liberada “consciente em lila transcendental, ela (a Madrecita) oferecerá momentos adicionais de aprofundamento em manasi-seva. Além do que, em todos os casos, a amada Amrita Devi fornecerá para a alma sua ação tônica de fortalecimento espiritual. Sendo assim, ela é perfeita e adorável agente divina, amiga, curandeira, guia e conselheira dentro deste nosso contexto”.

 

[5] Kamala ou Padma Yoga é o Caminho da Flor de Lótus, descrito no livro Bhakti-Rasa e o Caminho da Flor de Lótus (2016). Ver nota 78.

 

[6] Reconhece-se que as yoga asanas agem sobre os nadis, os quais são análogos às veias do corpo físico-material. No entanto, nadis são sutis, pertencentes às dimensões astrais, mentais e etéricas da pessoa e, portanto, do espírito. Através deles, o prana ou energia vital espiritual circula em nossos corpos sutis. Sendo assim, praticar asanas e pranayama permite estabelecer intercâmbios entre as esferas (ou dimensões) da vida e dentro do próprio sistema de corpos de quem os pratica. Tais intercâmbios promovem saúde espiritual e física e um equilíbrio maior do ser para com as dimensões dele mesmo e do mundo.

 

[7] athaitad apy aśakto ’si
kartuṁ mad-yogam āśritaḥ
sarva-karma-phala-tyāgaṁ
tataḥ kuru yatātmavān

 

“Mas, se você não pode fazer nem isso (trabalhar para Mim), então tomando abrigo no Meu yoga e sendo autocontrolado, ofereça todos os frutos de suas ações para Mim (Bhagavad-Gita 12.11)”.

 

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