Diálogos com Shiva sobre Liberdade Espiritual
|Introdução
Escrevi um livro baseado em ensinamentos de Shiva sobre transcendência da mente e equilíbrio corporal e pessoal. Shiva é um jeito de ser da Pessoa de Deus, para quem consegue percebê-lo como tal.
Ele assim me ensinou:
“Quando se escreve, se juntam fragmentos do que não se pode fragmentar, pois, se há fragmentação, há perda de significado. A perda de significado faz com que haja incompreensão e quando há o que não se compreende, perde-se a razão”.
Alguns podem questionar, se o percebo como a Pessoa de Deus, como pode Ele ter falado comigo deste jeito. E insisto em dizer que aprendendo ao Tantra como eu ensino, tem-se o acesso que tenho a Ele, realizando Sua Suprema Perfeição.
Baseado em questionamentos que eu tinha em mente, Mahadeva se expressou na forma de sete diálogos, os quais estão no livro Shiva Tantra para a Libertação Espiritual. Seleciono a seguir alguns trechos de tais diálogos.
Olhando através da janela do trem
Pedi a Shiva: “Ensina-me a completamente liberada para sempre estar, sem que haja interferências que possam à minha consciência perturbar”.
Ele respondeu: “Mesmo os que estejam já distantes de todas as necessidades que ainda fazem com que muitos permaneçam associados ao que promove o mundo das materiais ações às vezes se veem de influências que lhes são externas cercados.
Estes merecem entender que nada podem pelos demais fazer e, então, pacificamente viver seus dias. Quando aos dias se dão diferentes significados, a vida flui com mais perfeição, se tais significados pertencem ao mundo transcendental.
Sendo assim, preencha a si mesma de vontade de apenas Comigo estar e nada Lhe faltará.
Sem ter com o que se preocupar, enfim, apenas verá as situações do mundo passarem, assim como quando o viajante olha pela janela do trem onde viaja e vê a paisagem ao lado a correr.
Faz-se o mesmo quando se está pela verdade da alma liberado, pois, esta verdade existe para sempre na eterna identidade que a alma tem para com Seu Deus; e a mesma identidade é o trem que corre em veloz movimento, conduzindo a pessoa livre através de múltiplas ocasiões”.
Pintando a cena de um quadro
“Então, estando ao Seu lado e vendo cenas de difícil apreensão, deixo elas passarem, ainda que as mesmas me pareçam pertencer ao meu universo pessoal, este que junto de Sua Pessoa vejo me pertencer?” – questionei.
Assim Ele me instruiu:
“Se tais cenas lhe pertencem dentro do universo pessoal no qual Comigo está, então, elas não passarão. Ao contrário, as mesmas se perpetuarão na sua experiência Comigo, pois, ela é transcendental.
Se cenas passam, quando ao Meu lado está, é porque elas transitam ao alcance de sua visão, sem serem, no entanto, parte do que juntos fazemos haver como o que somos, na unidade de Nós dois.
Estas cenas que passam apenas compõem a paisagem onde o que existe para sempre está, contendo ao que juntos fazemos haver porque desejamos juntos estar em nosso universo pessoal.
Nosso universo pessoal se faz em meio a cenas que pertencem diretamente às nossas interações diretas e outras que apenas compõem ao cenário, assim como quando alguém pinta a uma cena de um quadro, desenhando detalhes que colorem e outros que de fato são necessários para comporem o desenho do que, através da pintura, quem desenhou desejou expressar”.
Dançando com Shiva
Disse a Shiva: “Meu coração se preenche de Você e de êxtase me tomo quando o vejo assim tão perto e o entendo ao tocar Seu próprio entendimento. Então, o que faço a partir de tal percepção?”
Ele assim me falou: “Aprenda a estar preenchida sempre, pois, nunca a deixo de tocar e nunca você mesma se pode ausente de Mim estar.
Em tudo o que observar e em cada aspecto da vida, com o qual contato travar, procure entender-Me em movimento e a si mesma desenhando-se e ao mundo onde está, segundo o que desejo, ao estimulá-la a Comigo dançar.
Olhe e veja o que precisa ver, para, andando consciente de si mesma, continuar existindo; e olhe e veja a si mesma, fazendo o que Eu lhe instigo a realizar.
Nada mais e nada menos haverá de cultivar, dentro do que percebo com sendo sua própria pessoa a caminhar; e nada mais e nada menos deve procurar perceber no mundo, além do que estamos juntos fazendo haver”.
Felicidade eterna (sat-cit-ananda)
Em outro momento deste diálogo, Shiva me falou sobre a aprendizagem que a alma eterna tem que vivenciar mesmo estando dentro do mundo material.
Perguntei-Lhe se “assim como precisei aprender a, partindo de um corpo material, viver a experiência transcendental, agora tenho que estabelecer-me no mundo material enquanto alma transcendental?”
Shiva disse: “Esta é a verdade que andava tentando entender e agora entende, enfim.
Não há como ser feliz eternamente, enquanto alma eterna, se a alma que não pertence mais ao mundo material não aprender a dentro dele se expressar, enquanto eterna e ilimitada ela consegue ser, estando absorta no mundo que transcende aos limites da escala material (como ela está).
Desta forma, inverta suas percepções sobre si mesma e desenhe outras lógicas, de modo a pensar e ser quem de fato é, apesar de viver em um dos infindáveis universos externos ao Meu mundo transcendental”.
E ainda acrescentou: “Está certa sempre que controla as ideias, assumindo-Me como quem pensa o que deve pensar.
O difícil tem que passar, de modo a que consiga aos seus modos reorganizar. Para que haja controle, tem que se compreender, de maneira a perceber-me como quem pensa e a si mesma ao que está sendo pensado.
Então, se deixe estar pensando o que eu penso, aceitando o que estou fazendo-lhe entender. Entenda-se por se controlar, desenvolvendo as ideias que eu precisar que venha a desenvolver”.
Lembrança de padrões para sempre existentes
“O que me diz ser a aprendizagem que se faz espontaneamente na medida em que estou com Você? Aonde irá me levar? O que se fará para mim e para os demais, a partir do que eu venha, então, a fazer?” – assim perguntei.
E Shiva respondeu: “O que aprende é o que naturalmente faz ao ser apenas o que você é. Nada demais, além do que já sabe ser, é o que irá lhe acontecer.
Apenas uma maneira de se fazer notar existe para si, quando está consciente do que faz.
Desta forma, não há na verdade uma aprendizagem a se tecer, mas, a lembrança daquilo que, ao que parece o padrão linear a faz esquecer.
Na verdade nem mesmo isso pode lhe acontecer, porque eterna é sua memória e para sempre existentes são suas compreensões.
Sendo assim, esteja apenas junto de Mim, interagindo com o que fazemos existir enquanto juntos tecemos nossas considerações acerca do mundo e do que ele pode ser quando o pensamos e o vemos.
Então, vendo o que eu a faço ver e originando impressões do que vê, causamos o que haverá de a fazer à sua eterna memória reabastecer”.
Olhando para onde Shiva olha
O que veio a seguir, a partir de minha própria compreensão, foi assim: “Agora começa a me mostrar algo mais acerca de como ver aos padrões do mundo, partindo do olhar de onde estou porque Você está. Explica-me mais, então, o que pretende que eu compreenda, de modo a poder olhar da maneira que deseja que eu possa olhar”.
Shiva comentou: “Quando perceber que se olha e vê o que lá está, porque o que vê sou Eu que olho e, portanto, guio seu olhar para lá, sua visão não mais se desviará do objeto do Meu olhar.
Mas, se olha para outro lado, distante do que Eu mesmo estou ocupado em ver e/ou de maneira diferente do que Eu estou a lhe mostrar, verá de soslaio apenas, ou de modo invertido, ao que Eu vejo, interpretando o que vê não do jeito conforme pretendo lhe apontar.
Desta forma, olhe e veja o que vejo, estando alinhada ao Meu jeito de ser e ao jeito de estar que desejo para Você, estando junto de Mim como está”.
Mergulhando em águas profundas
Em certo momento, perguntei: “O que é que estou deixando de com profundidade assumir?”
Ao que Ele respondeu: “O que deixa às vezes de vivenciar é a nova realidade na qual tantas vezes tem se deixado mergulhar.
Deve ser como quem mergulha em águas profundas sem precisar de com instrumentos de apoio se preocupar e, além do que, sem se preocupar com o que possa com as águas onde mergulha acontecer.
Deve proceder como quem se deixa levar pela emoção de através das novas águas por onde mergulha se enlevar, sem medo, nem vontade de voltar atrás.
Tão boa é a experiência que o mergulhador nem por um instante se arrepende de mergulhar, muito menos se preocupa em querer sair das águas que lhe causam a satisfação de nelas querer permanecer, sem pressa de sair, nem interesse em outra sensação além da que está então experimentando ao, a tais profundezas, se entregar”.
Além do tempo linear
Um dos tantos profundos ensinamentos que de Shiva obtive foi assim formulado:
“Não se mede em volume ou tempo o que se faz segundo a grandeza da alma ao se expressar na sua espontaneidade e em sua presteza.
Não se mede em metros a distância que parece haver entre condições quando elas (as condições) dizem respeito ao que está dentro da intimidade do mundo transcendental.
O que se pode dizer, então, sobre o tempo ou o esforço que haverá de dispender a fim de mostrar-se plenamente na inteireza de si mesma perante a realidade material?
Não se confunda apenas com o que confunde aos que se prendem aos sentidos do corpo que é um pouco há mais do que o organismo do animal. Deixe os corpos e suas precárias maneiras de se expressar experimentarem ao que o tempo, conforme eles conseguem conhecer, virá para eles demonstrar.
Aja conforme o que você é, sabendo do que está para haver, e nada mais poderá com profundidade à sua felicidade comprometer”.
Sem motivos para se abalar
Para Shiva então perguntei: “Ainda assim, sabendo de tudo o que já me ensinou, restam elementos de contradição que, na interação com o mundo material, sempre voltam a se expressar. O que faço para que nunca se abale minha convicção?”
E Ele me falou: “Está Comigo sempre e ainda teme que algo possa em risco a colocar?
Nada do que lhe acontece pode a ofender, mais do que apenas durante os pequenos instantes pelos quais vem às vezes a se deixar comprometer. Logo a seguir, então, tudo se dispõe em Minha Lógica perfeição, daí adquire paz e compreensão.
Não é assim que experimenta da vida no mundo material?”
Eu respondi que sim, sem dúvida. “Isso é o que eu tenho percebido a partir de minha consciência, a qual é profundamente transcendental”.
Ao que Shiva comentou: “Desta forma, não há motivo para se abalar por nada que pareça à externa percepção feito da exterior contradição, a qual é típica do que é meramente material.
Nada do que a envolve é de fato feito deste tipo de conformação, estando como está tão consciente de quem é e do que está fazendo enquanto na Terra assim permanecer.
Mantenha sempre esta maneira de pensar-se atuante em todo instante e a cada evento que venha a experimentar, sem deixar-se por nada se perturbar, pois, tudo passa rapidamente assim como rapidamente se faz notar”.
Últimas Palavras
Ao final do diálogo escrevi: “Ao assim comigo comunicar-Se, Shiva, Shambhu, a Pessoa de Deus, neste Seu humor bastante peculiar, me ensinou a com Ele dialogar, enquanto juntos traçamos o que para sempre está destinado na Sua Eterna consciência a acontecer.
Toda alma se faz consciente de quem é e, portanto, mesmo quem, por enquanto, ainda está inconsciente de si mesma, um dia virá a interessada no que transcende ao não entendimento se permitir ser.
Desta forma, que se leia os diálogos e se estudem seus conteúdos com cuidado, buscando compreender a tudo o que Mahadeva diz através deles.
São traçados aspectos componentes do que é eterno na vida de cada um, enquanto compostos que todos são do masculino e do feminino que transcendental, através do que aqui se escreveu, se expressou”.
E ainda, quero dizer que “desejo sinceramente que o coração do mundo se abra para que eu possa derramar dentro dele toda a sabedoria que acesso por estar tão junto da Pessoa de Deus.
Quero também que as pessoas do mundo se deixem despertar para o que para muitos ainda pode parecer tão distante de suas possibilidades, mas, que, no entanto, é o caminho mais garantido para a aquisição da liberdade que dura para sempre”.
On Namah Shivaya
Obs.: Gravuras obtidas de pixabay.com.